O QUE É A FASE PRÉ-SILÁBICA?

agosto 6, 2022

Características , Conflitos, Avanços e Como Intervir

Nível Pré-Silábico 1

Num dado momento , a criança passa a perceber que “escrever” não é “desenhar” , chega a diferenciar o desenho da escrita e portanto passa para a fase PRÉ-SILÁBICA ou NÍVEL 1.

A criança tem traços típicos, como linhas e formas semelhantes a “emes” em letra cursiva.

As crianças desse nível produzem riscos e/ou rabiscos típicos da escrita que a criança tem como forma básica (modelo de letra cursiva ou de imprensa). Dessa forma, se a criança trabalha na escola com letra de imprensa, fará rabiscos separados, com linhas retas e curvas. Por outro lado, se na escola é enfatizada a letra cursiva, a criança fará grafismos ondulados.
Nessa fase, a criança usa sempre os mesmos sinais gráficos (que podem ser letras convencionais ou outros símbolos quaisquer).

Exemplo de escrita de uma criança de 3 anos.

As crianças pré-silábicas acham que os nomes das pessoas e das coisas têm relação com o seu tamanho ou idade , é o que chamamos de Realismo Nominal (coisas grandes, escreve grande; coisas pequenas, escreve pequeno).

“Coisas” grandes se escreve grande, ou seja com muitas letras e “coisas” pequenas se escreve pequeno, com poucas letras.

As crianças não separam os elementos das palavras, fazem sempre uma leitura global do que está escrito.

Nível Pré-Silábico 2

É uma subfase do nível 1, porém mais evoluída. A criança, à vista de materiais gráficos, descobre que coisas diferentes têm nomes diferentes. Assim, ela imprime diferenças nas grafias das palavras, às vezes mudando apenas a ordem das letras.

Diferenciação qualitativa interrelacional: se o escrito tem o tempo todo as mesmas letras, não pode ser lido ou interpretado.

As crianças dedicam um grande esforço intelectual na construção de formas de
diferenciação entre as escritas.

Palavras formadas por menos de três sinais ou letras não servem para ler, por isso não escrevem com menos de três letras ou sinais. Neste momento a criança depara-se com a Hipótese Quantitativa, na qual toda escrita tem que ter no mínimo três letras para que se “escreva algo”.

Quais os Conflitos de uma criança pré-silábica ?

Saber diferenciar letras , números e outros sinais gráficos. Quais sinais/símbolos é necessário para escrever?

Saber quantas letras são necessárias para escrever.

Quais os Avanços esperados?

Chegar a concepção de que a escrita representa a fala estabelecendo a relação fonema/grafema.
Saber que para escrever não é preciso muitas letras para se escreve desestabilizando a hipótese quantitativa.

Como intervir?

O professor enquanto mediador deverá propor atividades lúdicas que façam a criança avançar para o nível sílabico no qual a criança passará a compreender que a escrita representa a fala e consequentemente estabelecer a relação fonema/grafema e desenvolver a consciência fonológica.

Trabalhar com o próprio nome da criança é extremamente significativo e possibilita um grande avanço., bem como o uso frequente de letras móveis.

Textos de memória como trava-línguas, quadrinhas e parlendas são grandes aliados nesse processo.

Promova atividades em que a criança deverá refletir sobre com qual sílaba começa determinada palavra, com qual sílaba terminas, que outras palavras começam e terminam igual. Os jogos são excelentes recursos que atendem a esta finalidade.

Atividades com banco de palavras como cruzadinhas e caça-palavras são grandes aliados na reflexão sobre a língua.

Proporcione momentos de diversão e aprendizagem com bingos, adivinhas, quebra-cabeça, jogos dos sete erros,

Explorar muito a escrita de listas na qual o professor poderá ser o escriba.

Usar e abusar da escrita espontânea desde que haja a intervenção do professor.

Nessa fase também trabalha-se com textos orais e escritos, frases e palavras; escrita espontânea dentre outras atividades. São inúmeras as possibilidades e estratégia, porém todas devem ser contextualizadas e fazer sentindo para a criança.

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SAIBA MAIS

FONTE:

FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. A psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999.

PICOLLI, Luciana; CAMINI, Patrícia. Práticas pedagógicas em alfabetização: espaço, tempo e corporeidade. Porto Alegre: Edelbra, 2013.

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